Para todos os dias

Hoje completamos nosso primeiro ano juntos. Espero que o primeiro de tantos, mas tantos, que um dia a gente tenha até dificuldade de contar. Como velhinhos que solfejam todos os nomes dos filhos até acertar. Já pensou na gente, velhinhos, como uma estradinha por onde quase ninguém passa mais? Eu sempre sentarei à sua porta para te esperar.

Será que um dia você vai se cansar? Da minha risada exagerada, do meu apressar para que fique pronta logo, da minha mania de te acordar beijando suas costas? Sou a ansiedade de te ver. Será que um dia a minha sinceridade que te encanta se tornará dura demais ou o som dos meus chinelos, que hoje te fazem graça, será que um dia será tua agonia?

Será que um dia você simplesmente se cansará de não fazer coisa nenhuma dos nossos domingos? Se entediará da coreografia embriagada dos meus beijos? Teremos tempo de ficar abraçados ouvindo o mar por mais horas que as horas de voo de um capitão esquecido da Varig? Teremos tempo de ajudar um ao outro a reduzir as frustrações de criança? Eu te ensino a andar de patins e você me dá um tênis com luzes no solado de Natal. Prometo parecer surpreso ao desembalar.

Terei tempo de pendurar uma faixa gigante de desculpas na frente do seu prédio? De beijar seus olhos fechados a bordo de um balão? De ver todos os filmes que a Sandra Bulock já fez? Será que vai dar pra pichar num muro que te amo mais que bacon e sair correndo? Até lá, prometa não se cansar de nós. Porque, pra mim, estar com você nunca é igual a nada que já tenha existido. Nem mesmo a nós mesmos.

Comentários

Leia também