Calma

Quando imagino um amor, não consigo descrever exatamente a cor dos cabelos, a translucidez dos olhos, o tamanho das mãos, o desenho do sorriso, nada disso. Já imaginei, claro, de muitas e tantas formas, e cheguei à conclusão de que isso não me importa muito. Quando imagino meu amor, vindo em minha direção, sinto sua calma, que também é minha, se aproximando de nós.

Dedos que brincam enquanto acalmam, beijos que beijam enquanto acalmam, braços que envolvem enquanto acalmam, o respirar que compassa enquanto oferece uma brisa serena e calma. Palavras que adoçam enquanto acalmam, olhares que se entregam enquanto acalmam os meus.

Se todos os amantes do mundo pudessem sussurrar uma palavra que melhor defina o estar junto, diriam baixinho que é a calma que os une. Se não é ela, mas a necessidade, a carência, o desejo, o medo ou qualquer outro sentimento turbulento, não acredito ser possível chamar de amor. Amor tem aquele cheirinho e aconchego da casa onde a gente sempre viveu, onde nossas lembranças estão seguras.

Então, fique atento para reconhecê-la. Pés que se encostam aos seus pés enquanto acalmam, cabelos macios de calmaria, calor da pele levemente morno que acalma, ida que segue deixando um tantinho da calma pra nós. Um retorno constante pro seu lugar mais perfeito, para o som do meu peito que te ama e que, assim espero, também te dá calma.

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