Bem-vindo

Seja bem-vindo, às margens do meu mundo conturbado. Tome cuidado, para não se perder às voltas de mim. Seja bem-vindo, ao topo dos meus delírios, ao meu mar quase sem fim de ansiedades, às minhas verdades por vezes afiadas demais. Seja bem-vindo, às minhas noites sem sono, aos meus cafés amargos, às minhas longas horas de silêncios necessários.

Seja bem-vindo, às minhas manias que de tantas já se misturaram. Aperto os olhos, cheiro os copos, como rápido demais, escuto lentamente. Note com o tempo, que eu alinho os objetivos à mesa enquanto conversamos. Quem sabe algo de mim esteja também nos alinhando? Seja bem-vindo à minha falta de sentido, a todas as dúvidas que plantarei em você pra depois colher. Se até aqui, ainda deseja ficar comigo, seja bem-vindo também ao melhor de mim.

Seja bem-vindo às minhas mãos sempre prontas, ao meu afeto que abraça e se afasta à medida que você precisa de calor ou espaço. Cafuné conversível, afago retrátil. Seja bem-vindo, aos meus cartões de amor espalhados pela casa, como se fossem chinelos e às minhas piadas que só a gente vai entender. Seja bem-vindo, aos flagrantes de mim ignorando a tela gigante pra assistir você, ao meu riso bobo que te vê chegar, à minha saudade que espera.

Seja bem-vindo, ao meu empenho em te fazer grande e de admirar tudo o que já é perfeito em você. Seja bem-vindo, aos meus dias que nunca se repetem, aos meus beijos que dizem baixinho que te adoram e que te adoram. Seja bem-vindo, ao meu ombro de amigo, ao seu lugar de inquilino cativo do meu colo. Seja bem-vindo, a todos os desertos e a todos os oásis que trago em mim, aos meus melhores pensamentos, a todo o amor que tenho pra ti.

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