Tudo o Que Existe

Hoje, justo no dia em que olhou pela janela e não viu nada lá fora, justo nas horas em que duvidava da lógica secreta do mundo, justo quando todos pareciam estar tão perdidos quanto seus olhos, nós nos encontramos. A minha missão por aqui é deixar claro, todos os dias, o quão único você é.

Não há, por todas as ruas de Arakawa, por todos os caminhos até as ondas, por todas as folhas que varrem o outono, por todos os doces sabores da infância, ninguém igual a você. Por isso, jamais me canso, suas curvas jamais se repetem pra mim, você jamais segue a lógica retinha e conformada dos outros. Você é ida, partida, chegada, retorno, caminho meu.

E a vida, ainda há de me dar, mais cinco ou cinquenta anos, para sentir na barriga aquele friozinho que é quando você se deixa abraçar por mim. Não há, por todos os muros antigos que guardam, por todas as canções que ninam a dor, por todos os povos que saúdam seu deus que mora por dentro, por todas as provas mais puras da existência do amor, não há, ninguém igual a você.

Acorda e veste aquele sorriso que eu adoro tanto. Põe-me a ouvir o som dos seus chinelos pela casa e depois a pedir perdão para todos os compositores ofendidos pelas cantorias do teu banho. Levanta e anda, que a tristeza é preguiçosa e não vai querer seguir contigo. Aí está você, buscando pelo seu real sentido de existir, enquanto é o sentido de tudo o que existe pra mim.

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