Economia

Cheguei ao fundo do poço. Comprei um livro em alemão pelo simples motivo de que queria tê-lo. Eu não falo alemão. Futilidade momentânea, meu eu inteiro queria aquele livro, me vigiando enquanto perambulo pela casa. Assumidamente um descontrolado financeiro. E foi assim, aos farrapos, que cheguei ao Curso de Educação Financeira do Dr. Carlos Monteiro.

Uma das primeiras aulas falava sobre “desperdício residual de recursos”, que é quando a gente deixa alguns centavos para o caixa do supermercado, ou compra um plano de TV mais caro que nem usamos totalmente, ou apostamos dois reais na fidelidade daquele cafajeste, enfim, quando vamos perdendo dinheiro, um pouquinho todos os dias e isso ao final de um ano daria pra comprar um mini pônei.

Já parou pra pensar? Na quantidade de paciência que desperdiçamos com quem não significa absolutamente nada em nossas vidas? Os sorrisos amarelos que gastam tanta energia? O afeto que damos sem troco de volta? E se você somar, todas as pequenas grosserias, ainda suportaria aquela pessoinha tão miúda e gastadeira? E se você juntasse todas as noites em que não dormiu, não teria acumulado quilos de olheiras por quem nem mesmo sonha com você? A gente gasta e gasta sem ver.

Quantas vezes trocamos conversas engraçadas por lugares barulhentos? Amores verdadeiros por enganos passageiros? Carência por ansiedade e ansiedade por insuficiência? A primeira lição de uma vida saudável, emocional ou financeira, é saber o que realmente precisamos e o quanto realmente podemos gastar. Tem muita gente comprando livro em alemão para preencher as lacunas da própria história.

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