Sacolinhas de Supermercado
Há alguns meses reencontrei um grande amigo. Foi um bom reencontro, daqueles em que mal se sabe o que perguntar primeiro, mas bem se sabe que nunca, nunca se comenta o peso alheio. Em poucos segundos descobri o quanto a sua vida havia mudado, o quanto meu amigo tinha crescido e visto, e o melhor, que agora estava amando, novamente. “É uma pessoa incrível sabe, mas tem um problema sério… Ela junta todas as sacolinhas do supermercado, todas! Minha cozinha está abarrotada de saco. Até acho legal essa coisa natureba de reaproveitar pra usar como saco de lixo, mas a minha casa está virando um lixão”. Eu poderia ter rido, mas não ri. Na verdade parei por alguns segundos para pensar no que estava ouvindo. Ali, olhando para a indignação do meu amigo, pensei em todos os relacionamentos que despistamos com desculpas esfarrapadas da mesma estirpe. Não nos serve o cara que faz um som estranho ao coçar o ouvido, também não serve a guria macrobiótica, Deus me livre do carinha que foi de abadá